segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um começo...

Bom, então...aqui estou eu depois de dias e dias diante da página em branco, sem saber o que escrever. Mesmo depois de um mês fora de casa, com novas experiências na bagagem, cheia de idéias, não consegui sair do lugar, empaquei com as mãos no teclado, diante da tela do computador. Mas finalmente, saiu esse emaranhado de palavras e eu vou postar assim mesmo! Esse espacinho é inicialmente reservado para as minhas maluquices, pensamentos, poesias e receitas (por que não??). Essas 10.000 colheres não estão aí à toa!!!

 
Aproveitando a deixa, esse título expressa um pouco da minha vida, uma sucessão de ironias (e qual a vida que não é ou não tem?), inspirada na música da Alanis Morissette, Ironic.

 
Hoje não vou publicar nada meu ainda, mas sim uma poesia de Auta de Souza, em homenagem a minha amiga Carol, que me incentivou (com direito a ameaças e tudo! Kkkkkkk!!!) a fazer o blog. Ela me enviou esse texto num momento em que eu estava muito triste e assim me ajudou a subir mais um degrau em direção à saída do poço (né, amiga?? Hehehe).
 

MINH'ALMA E O VERSO
 
Não me olhes mais assim... Eu fico triste
Quando a fitar-me o teu olhar persiste
Choroso e suplicante...
Já não possuo a crença que conforta.
Vai bater, meu amigo, a uma outra porta.
Em terra mais distante.

Cuidavas que era amor o que eu sentia
Quando meus olhos, loucos de alegria,
Sem nuvem de desgosto,
Cheios de luz e cheios de esperança,
N’uma carícia ingenuamente mansa,
Pousavam no teu rosto?

Cuidavas que era amor? Ah! se assim fosse!
Se eu conhecesse esta palavra doce,
Este queixume amado!
Talvez minh’alma mesmo a ti voasse
E n’um berço de flor ela embalasse
Um riso abençoado.

Mas, não, escuta bem: eu não te amava.
Minha alma era, como agora, escrava...
Meu sonho é tão diverso!
Tenho alguém a quem amo mais que a vida,
Deus abençoa esta paixão querida:
Eu sou noiva do Verso.

E foi assim. Num dia muito frio.
Achei meu seio de ilusões vazio
E o coração chorando...
Era o meu ideal que se ia embora,
E eu soluçava, enquanto alguém lá fora
Baixinho ia cantando:

“Eu sou o orvalho sagrado
Que dá vida e alento às flores;
Eu sou o bálsamo amado
Que sara todas as dores.

Eu sou o pequeno cofre
Que guarda os risos da Aurora;
Perto de mim ninguém sofre,
Perto de mim ninguém chora.

Todos os dias bem cedo
Eu saio a procurar lírios,
Para enfeitar em segredo
A negra cruz dos martírios.

Vem para mim, alma triste
Que soluças de agonia;
No meu seio o Amor existe,
Eu sou filho da Poesia.”

Meu coração despiu toda a amargura,
Embalado na mística doçura
Da voz que ressoava...
Presa do Amor na delirante calma,
Eu fui abrir as portas de minh’alma
Ao verso que passava...

Desde esse dia, nunca mais deixei-o;
Ele vive cantando no meu seio,
N’uma algazarra louca!
Que seria de mim se ele fugisse,
Que seria de mim se não ouvisse
A voz de sua boca!

Não posso dar-te amor, bem vês. Meus sonhos
São da Poesia os ideais risonhos,
Em lago de ouro imersos...
Não sabias dourar os meus abrolhos,
E eu procurava apenas nos teus olhos
Assunto para versos.

2 comentários:

  1. Amigaaaaaaa, amei o blog, e claro que esta poesia tambem, que é a minha preferida... ah, e que historia é essa de cozinhar?? Bem que voce podia me mandar umas receitinhas bem faceis para eu sobreviver na Africa.. rsssss
    Beijos e aguardo os seus poemas

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  2. Aodrei o nome 10.000 colheradas, vai chamar a atenção facil na Google.

    Parabens

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